World of Warcraft

Destaque da Comunidade: Fabiano Codex

Destaque da Comunidade: Fabiano Codex

Ao longo de todos estes anos o universo de Warcraft vem inspirando jogadores ao redor do mundo a criar conteúdo das mais diferentes formas. Esses jogadores vêm mostrando seu amor pelo jogo através de artes e cosplays incríveis, blogs, vídeos, narrações de campeonatos e muito mais. Para dar continuidade à serie Destaque da Comunidade exclusivamente brasileira neste novo ano, trazemos Fabiano, o "Codex", para que nos conte um pouco mais de suas aventuras por Azeroth e além!

Lorie: Qual foi seu primeiro contato com os jogos da Blizzard?
Codex: Vou entregar minha idade... Meu primeiro contato foi com Superman e Lord of the Rings rsrsrs. Conheci a Blizzard quando ainda se chamava Silicon & Synapse e fazia jogos para computadores Amiga, Commodore e PC ports. Não porque sou velho, mas porque comecei nos videogames muito cedo, com 7 anos.

Mas o jogo que fez apaixonar pela empresa foi Warcraft. Eu fazia natação à noite com meus primos. Na época, poucas pessoas tinham computadores então nós trocávamos jogos. Um dia meu primo chegou todo animado. "Fabiano, você tem que ver esse jogo. Você pode controlar um exército e matar os orcs inimigos, e ele vem em uma demo". Aí ele me entregou um disquete - um disquete! - com a demo de Warcraft. Passei a noite jogando sem parar aquelas 2 fases da demo. Anos depois nós fazíamos uma lan party para jogar Warcraft II, na época a internet era muito ruim para jogar online.

Lorie: Como foi começar em World of Warcraft? Qual foi seu primeiro personagem?

Codex: Meu começo em WoW foi tumultuado. Eu e meus amigos eram fanáticos por RPGs e todos jogávamos Warcraft. Eu conheci World of Warcraft bem antes de 2004. Quando o jogo foi anunciado comecei a comprar revistas de games importadas para acompanhar seu desenvolvimento. Tenho até hoje essas revistas. Mas quando Warcraft foi lançado eu trabalhava muito e decidi não jogar.

Porém, sempre que saia com meus amigos o assunto era um só... Warcraft. Todos jogavam e só falavam sobre isso. "Ontem fiz Stratholme e peguei 0.5",  "tô upando meu paladino"... Um amigo tentou me convencer a jogar e me deu uma conta. Como faço em todo RPG, meu primeiro personagem foi um elfo druida. Para ser bem sincero, a primeira vez que joguei não me empolguei. Joguei do 1 até o 10, passei pelas cidades, mas parei. Não fiquei empolgado, mas não conseguia me afastar do jogo, sempre que saia com meus amigos - era só Warcraft. Não aguentava mais ouvir sobre dragões, elfos, orcs e 6 meses depois dei mais uma chance ao jogo.

Criei outro Druida elfo. Dessa vez upei até o level 20. Mas não estava totalmente entretido. Então decidi testar outra classe. Foi quando criei o Fabianos, meu bruxo humano e main até hoje. Quando cheguei em ventobravo e vi a casa dos bruxos, escondida no porão de um açougue todo cheio de sangue e carne velha,  eu entendi porque o jogo era um fenômeno.

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Lorie: Depois de tanto anos, ainda existe algo que você deixou pra trás que gostaria de fazer no jogo?
Codex: Após todos esses anos consegui realizar praticamente tudo que queria no jogo. Consegui raidar harcore e matar Kael, Vash’j, Illidan, Lich King com meus amigos. Consegui o Invencível (dois na verdade), a cabeça do Mimiron, Ashes of A'lar... A única coisa que realmente sinto falta são dos meus amigos no jogo que deixaram de jogar. World of Warcraft pra mim nunca foi sobre lore, armadura, ilevel, mas sim sobre as amizades que fiz in-game. Esse é o maior legado do jogo pra mim.
 
Lorie: Qual foi a conquista mais trabalhosa?
Codex: Kael'thas. Durante  a expansão Burning Crusade e Wrath of the Lich King eu raidei hardcore. Fui class leader e depois raid leader da guilda. Foram muitos desafios, mas nada comparado ao Kael. Nossa guilda quase quebrou no Kael. Não só a minha, ele era conhecido como o destruidor de guildas, as guildas chegavam nele e quebravam de tanto stress.

É até difícil explicar porque Kael era tão complicado. Não era questão apenas de dificuldade era a complexidade. A luta do Kael tinha 5 fases, no meio da luta tínhamos de trocar nossas armas pelas do Kael e usá-las no combate. Eram 3 tanks, 1 bruxo tank (eu) 7-9 healers. E era demorada... 30 minutos no minimo e a parte difícil começa com 15-20 minutos.

Avançamos pela Raid "The Eye" sem grandes dificuldades, tínhamos matado Lady Vash’j que é outra luta complicada e estávamos finalmente nele. Ficamos parados 2 meses no Kael sem conseguir avançar. Não havia sinal de progressão. Todo wipe gerava discussão na guilda, briga, um culpando um ao outro. Ninguém aguentava mais o stress. Só fazíamos Kael, só faltava ele. 5 dias por semana, 2 meses só Kael. Fomos tentar mais uma vez, após o primeiro wipe começou uma briga geral na guilda. Estava tão complicado que decidimos cancelar a raid naquele dia e fomos fazer Lady Vas’j pra relaxar. Depois de muitos dias finalmente estávamos novamente nos divertindo raidando. No dia seguinte voltamos pro Kael e matamos de primeira. Às vezes é preciso lembrar que isso é apenas um jogo e o que falta não é dedo ou skill, mas alegria. Isso me lembra do Archimonde que ficamos das 8 da noite até a 1 da manhã tentando e não matávamos. Continuamos sem brincadeira. Estávamos em 19 (a raid era 25 players) e matamos às 2 da manhã.

Especulação: Quem Realmente Começou a Guerra?
Lorie: Como está sendo a experiência em Legion pra você?
Codex: Legion é uma expansão estranha. Quando ela chegou trouxe muitas novidades e acertos. As masmorras míticas são a melhor adição ao jogo há anos. As raids estão lindas. As zonas estão ótimas. Mas o grind e o rng me preocupam um pouco. Não acho que isso ajuda a manter o player, acho que cansa e espero que mudem.
Lorie: O que você espera de Battle for Azeroth?
Codex: Inovação. Ninguém faz raids e masmorras como a Blizzard. Nós já sabemos que as raids e masmorras de BFA serão fantásticas. Mas Raids, masmorras e um novo continente são o normal. Eu gostaria de novidades realmente diferentes. Queria que os desenvolvedores colocassem novos sistemas, Como housing, guild hall. Sistemas que ajudassem no jogo hoje, mas principalmente que pudessem fazer o jogo crescer no futuro. Mais opções, principalmente no end-game. Nunca achei que o problema fosse dificuldade. Se você quer dificuldade nunca houve tanta dificuldade em warcraft como agora. Mas eu gostaria de mais opções de jogo, mais coisas que pudesse entreter o player que não sejam missões mundiais ou guarnição. Por isso estou animado com warfronts.

E Lore. Um dos principais diferencias do Warcraft sempre foi seu lore. Um jogo podia até ter bom gameplay mas não tinha o lore de wow. Com a volta da guerra entre Aliança e Horda temos muita chance para boas histórias, Saurfang chefe guerreiro, campfire vice. Queria arcos épicos e maduros, como de Arthas, Thrall em Warcraft 3. A Sylvanas de War 3 e não a atual.

Lorie: O que te motivou a criar o canal?
Codex: Na época eu tinha uma produtora de videos e cinema e já trabalhava escrevendo sobre videogames, mas sentia uma falta de ligação com os leitores. Para as revistas eu escrevia matérias que o editor requisitava, não podia falar sobre os jogos que realmente queria. Meus amigos começaram a me incentivar a começar a gravar videos, já tinha a camera, luz, podia editar os meus próprios videos. Então, um dia no estúdio enquanto esperava pelo próximo cliente, resolvi tomar coragem e gravar um video sobre Dragon Age 2. O primeiro video do canal foi sobre Dragon Age 2. Eu era, ainda sou, muito tímido. Na infância tinha dificuldade de conversar, mas o RPG me ajudou muito a me soltar. Mas por algum motivo não fico timido na frente da câmera ou do palco, falo até demais.
Eu nunca pensei em ter um canal voltado apenas para MMO ou World of Warcraft. A ideia era falar sobre videogames e rpgs. Na época era redator especializado em RPGs e Jogos Onlines da Dragão Brasil e XBOX Magazine. O canal acabou ganhando mais videos de Warcraft sem que eu percebesse. Tudo aconteceu naturalmente, ou mais ou menos, porque os MMOs faliram.
 

 BlizzCon 2015

  Lorie: Algum recado para os jogadores que estão começando?

Codex: Não desista, rs. World of Warcraft pode ser assustador no início. É um jogo muito grande, com milhares de opções, com anos de história e dezenas de personagens e aventuras. As vezes a comunidade não gosta muito de ajudar os novatos. Mas comece devagar, vá conhecendo o jogo, vá se divertindo. Não pergunte qual personagem está mais forte, qual melhor raça pra ladino, jogue com o que você gosta. Primeiro você precisa se apaixonar pelo jogo, depois pense em como melhorar.
World of Warcraft pode ter um lado muito competitivo, querer ser o mais forte, querer mostrar que é melhor que outros jogadores, mas no fundo wow é um jogo e começamos a jogar pela diversão e no final não importa seu ilevel, mas o quanto você está se divertindo. Então, não liga pro que dizem, jogue e se divirta, seja fazendo raid, seja no PvP, seja caçando achievements (conquistas), seja na batalha de mascote. Seja dançando em Orgrimmar. Todo mundo paga o mesmo valor e não existe uma maneira certa de jogar. Só a sua.
Lorie: "Pela Horda!" ou "Pela Aliança!"?
Codex: Por Azeroth. Eu comecei jogando na Aliança, no servidor Smolderthorn. Na época diziam que na Aliança ficavam os jogadores maduros e na Horda as crianças. No final de Wrath mudamos para Horda porque não havia recrutas no songão (Warsong). Hoje, jogo de Aliança, Horda e se tivesse jogava de neutro. Você só consegue conhecer realmente o jogo jogando dos dois lados, cada um tem suas qualidades e defeitos e ambos são divertidos. Menos gnomos. Gnomos não são divertidos.

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Muito obrigada Codex pela participação! Veja os Destaques da Comunidade anteriores aqui.

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