Heroes of the Storm

Heróis e Vilões

Heróis e Vilões

Algumas semanas atrás, iniciei este blog enfatizando a importância de vincular o design dos heróis com o contexto por trás dos personagens em Heroes of the Storm. Com "contexto", queremos dizer os elementos fundamentais que tornam um personagem interessante – quais são as expectativas dos jogadores? Tentar determinar expectativas não é simples como parece, mesmo que nós tenhamos muita história para usar como referência. Depois das experiência que tivemos trazendo novos heróis para o Nexus, o afluxo de informações referenciais tende a criar um de dois problemas, que chamaremos de "problema dos heróis" e "problema dos vilões." Uma boa ilustração de ambos vem dos heróis e vilões do universo de Diablo.

Antes de começar, um aviso: vou usar várias vezes o termo "Diablo" em itálico, referindo-me à série como um todo (Diablo, Diablo II e Diablo III.)

Problema dos heróis

O "problema dos heróis" é o desafio de se criar um herói a partir de um personagem jogável de outro jogo. Na série Diablo, isso significa as classes de personagem: Nazibo, Sonya e Valla, heróis atualmente no alfa de Heroes, são baseados nas classes heroicas de Diablo III (embora haja mais a caminho, como você deve ter depreendido desta postagem ou do teaser que exibimos na BlizzCon) As classes de Diablo têm várias habilidades passivas e ativas que podem ser aproveitadas na criação do "conjunto" que define o herói. Também podemos ter uma boa ideia do papel que a classe irá desempenhar em Heroes of the Storm. Um cruzado ou bárbaro, por exemplo, pode funcionar como guerreiro durão. As habilidades das classes tornam o brainstorming de Heroes fácil e divertido, mas já nos deparamos com dificuldades que aprendemos a superar efetivamente.

O desafio imediatamente óbvio é descobrir como concentrar várias habilidades passivas e ativas em quatro ou cinco habilidades e elaborar um conjunto coerente para Heroes of the Storm. Quando estamos descobrindo quais habilidades se relacionam melhor ao contexto dos heróis, muitas vezes ouvimos no feedback interno que deixamos de fora habilidades essenciais porque "é assim que evoluo meu personagem em Diablo III" ou algo semelhante.

Além disso, habilidades clássicas e conceitualmente interessantes das classes de Diablo muitas vezes entram em conflito com o estilo de jogo ou o papel que queremos atribuir ao herói. Nos três jogos de Diablo, todas as classes envolvem o equilíbrio entre causar quantidades insanas de dano a hordas de inimigos e, talvez, permanecer vivo (no caso do modo Hardcore). A diferença é como cada uma executa esta tarefa. Em Diablo isso é incrível, mas para Heroes of the Storm estamos tentando estreitar o foco desses heróis para funções que componham uma equipe. Nem todas as habilidades de Diablo precisam causar um grande estrago e nem todos os heróis de Diablo precisam ser assassinos, mas, é claro, todos têm que ser poderosos à sua maneira.

 

O problema dos vilões

O "problema dos vilões" é um pouco diferente. Ao contrários das classes heroicas de Diablo, o "problema dos vilões" tem a ver com personagens que os jogadores não controlam diretamente – sobretudo os chefes da série Diablo. Sabemos muito bem como esses personagens devem se comportar quando você os enfrenta como chefes inimigos, mas seus poderes são pensados de modo que os jogadores possam desviar deles, a IA é escrita para que eles sigam padrões de combate e, no fim das contas, esperamos que os jogadores de Diablo os derrotem. Isto não funciona para um jogo essencialmente jogador contra jogador como Heroes of the Storm, onde temos que dar a mesma potência e controle a todos os heróis, pois os jogadores podem assumir o controle de qualquer um.

O próprio Diablo, o Senhor do Medo, teve um design particularmente tumultuado em que tentamos diversas vezes descobrir por que jogar com ele parecia tão desajeitado mesmo que tivéssemos sido fiéis a quem Diablo é. A verdade é que fidelidade ao personagem não torna a jogabilidade divertida. Percebemos que mesmo que os feitiços fossem bacanas, perfeitamente diablólicos, eles tinham sido criados para lutas contra Diablo, não para usá-lo como personagem jogável.

 

Encontrando soluções

Para solucionar os problemas de design de heróis e vilões, foi preciso dar um passo atrás em relação ao contexto em habilidades específicas. Nós obviamente queríamos ser tão fiéis ao personagem quanto possível, mas no fim tivemos que perguntar: esse herói se garantiria mesmo que o personagem original não existisse? Diablo continuaria sendo divertido como herói mesmo que não existissem os jogos de Diablo? Em outras palavras, a despeito do contexto, a jogabilidade vem em primeiro lugar!

Para nós é totalmente válido repensar a maneira como os personagens e suas habilidades funcionam ou, se necessário, criar algumas novas para que o herói atinja seu objetivo. Por exemplo, nós decidimos fazer com que Nazibo parecesse poderoso, mas de forma indireta, evocando criaturas que causam dano por ele, principalmente ao longo do tempo, na tentativa de recompensar uma atuação metódica. Sentíamos que dano indireto era o que tornava o Feiticeiro uma classe interessante, diferente dos outros heróis. As habilidades de Diablo III que usamos como referência foram ajustadas para um estilo de jogo que era nossa meta, não um "build" específico de Diablo III. Com Diablo, mudamos de direção quando um dos designers sugeriu que ele atirasse pessoas como o Incrível Hulk, pois isso parecia algo que ele faria. Isso nos fez pensar em Diablo de outra maneira. Abandonamos várias de suas habilidades de lançador de feitiços (talvez fiéis ao contexto ligado a ele, mas que não ficavam bem com ele sob nosso controle) e o transformamos num lutador de luta-livre.

Com o contexto de heróis e vilões levado em consideração, o resultado são heróis que funcionam como extensão de sua personalidade, em vez de cópias fragmentadas baseadas em talentos e habilidades. 

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Fãs de Diablo, o que vocês acharam? Os heróis de Diablo se saem bem após a jornada para o mundo competitivo do Nexus? Como você acha que o Senhor do Medo deveria ser em Heroes of the Storm? E o Açougueiro, o Necromante e Kormac? Se quiser dividir seus pensamentos conosco, vá até o fórum do Alfa Técnico de Heroes – vamos adorar ler e considerar seu feedback. Até a próxima!

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