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A equipe de Hearthstone conta como foi lançar Universidade de Scolomântia trabalhando de casa

A equipe de Hearthstone conta como foi lançar Universidade de Scolomântia trabalhando de casa
A equipe de Hearthstone conta como foi lançar Universidade de Scolomântia trabalhando de casa

Desde que a Blizzard começou a trabalhar de casa em tempo integral, em março, a equipe de Hearthstone não deixou a peteca cair, oferecendo conteúdos e atualizações regularmente, além de disponibilizar duas expansões completas, inclusive a recém-lançada Universidade de Scolomântia.

Encarar um projeto complexo e trabalhoso como uma expansão de Hearthstone trabalhando remotamente requer uma adaptação imediata às incertezas, e muitas vezes a reinvenção de processos já estabelecidos. Falamos com alguns membros da equipe para saber como eles fizeram dar tão certo, e pedimos também dicas sobre como se virar com projetos grandes trabalhando de casa. Claro que não perdemos a oportunidade de falar dos melhores cards de Universidade de Scolomântia. Confira abaixo as respostas.

Quais foram os maiores desafios que vocês enfrentaram para lançar uma expansão trabalhando de forma remota? Que conselho vocês dariam a alguém em uma situação parecida?

Linus Flink, produtor de jogo sênior, arte
O maior desafio técnico para nós da arte provavelmente foi solucionar os processos de análise e feedback dos efeitos visuais. Passamos a fazer mais análises assíncronas por meio de vídeos gravados em vez de reuniões presenciais. O que eu tirei disso foi que é melhor não tentar replicar os processos presenciais de forma remota: análises em tempo real por videoconferência não funcionam muito bem por causa do lag.

Também realizamos várias atividades sociais para estreitar ao máximo os nossos vínculos humanos, como o torneio de Overwatch que colegas estão realizando entre a equipe de Hearthstone.

Gloria Zhang, chefe de produção de jogo, produção de design

Aproveitar os canais de bate-papo internos tem ajudado muito em uma série de situações, como discussões voltadas para determinados objetivos, e fazer almoços virtuais ajuda a manter o contato com os colegas em um contexto de amizade. Temos muita sorte de ter uma equipe de TI boa como a nossa, dando todo o suporte. O fato de que eu pude pegar o PC do trabalho e usar de casa também facilitou muito a transição.

Alec Dawson, designer de jogo, design de cards
Duas coisas: comunicação constante e lembrar sempre do que nós conseguimos fazer. Lançar uma expansão requer muita coordenação entre várias equipes, e nós tivemos que ser muito claros para não perder nenhum detalhe. Às vezes você acaba escondendo um pouco parte do trabalho, mas, nesta situação, tem ajudado muito pedir para mais e mais pessoas participarem, para a equipe toda se envolver.

Além disso, não podemos esquecer como isso é incrível para os jogadores. Os dias acabam se misturando quando você trabalha de casa, mas a nossa chefia foi além para fazer do lançamento de Universidade de Scolomântia um dia especial, como seria no escritório. Estamos muito contentes porque enfim todos vão poder jogar!

Steve Walker, Produtor de Jogo, Operações
Lançar uma expansão de Hearthstone requer muita coordenação entre diversos grupos, especialmente a equipe de operações. Na situação atual de trabalho remoto, o nível de coordenação e comunicação necessário é ainda maior. Isso foi o maior desafio para nós durante a preparação para o lançamento de Universidade de Scolomântia, mas a equipe tirou de letra. Já temos até novas táticas para garantir que tudo ocorra com tranquilidade.

Uma comunicação total é fundamental para o lançamento de um projeto de grande porte remotamente. Não podemos subestimar a quantidade de informação que circula em conversas pelo corredor quando estamos no escritório. Para garantir que todos os ponteiros estejam acertados, fazemos questão de mandar atualizações constantes. Utilizamos bate-papos centrais para conversas mais amplas, como implementações ou comunicação com a comunidade, e todos os problemas que encontramos ganham um bate-papo separado, para não sobrecarregar o canal central. Também mantemos uma sala de conferência em grupo fixa, para simular a situação de estarmos todos juntos e ajudar a equipe a se manter no mesmo ritmo.

Tudo isso permite compartilhar informações rapidamente, discutir problemas e garantir que o trabalho seja dividido por igual. Esses passos — e o nível geral de abertura da equipe de operações em tempo real — deixaram o trabalho durante um grande lançamento muito parecido com o que acontecia no escritório.

Colton Carmine, produtor de jogo sênior, som
Um dos maiores desafios de Universidade de Scolomântia foi pensar em como gravar os dubladores e músicos com todos os estúdios que usamos na América do Norte fechados devido à pandemia. Normalmente, trazemos os dubladores do inglês para o estúdio em Los Angeles, para eles terem contato com designers, diretores e engenheiros e, assim, dar vida aos personagens, enquanto os músicos, gravam todos juntos em Nashville.

O elenco e a equipe de dublagem, bem como a equipe de música, conseguiram se adaptar rapidamente à situação e encontrar soluções para gravar atores e músicos de casa, garantindo a segurança de todos. No começo, a programação e a coordenação foram um desafio, mas a comunicação contínua de todo o estúdio para criar um conteúdo maravilhoso para os nossos jogadores, mesmo em tempos tão difíceis, foi fora de série. Meu conselho para quem está envolvido com projetos complexos assim é confiar no trabalho dos seus parceiros e deixar suas inquietações claras, para que todos — equipes, parceiros e jogadores — possam ter o melhor resultado nas mãos. Apesar de serem circunstâncias sem paralelo, nossa equipe foi capaz de criar a magia da Blizzard!

Qual é o seu card favorito de Universidade de Scolomântia?

Linus: Meu card favorito é Passagem Secreta. O Dominic Camuglia, da equipe de efeitos, fez um trabalho incrível no visual, além de ele ser um card poderoso e interessante. Tem a Instrutora Fogaréu também — uma habilidade muito legal que, ainda por cima, mostra como fomos flexíveis: o card foi reformulado pouco antes do prazo de entrega, mas mesmo assim entrou no jogo.

Gloria: É difícil escolher um favorito, mas acho que Elekk Instruído ganha por uma pequena margem. A mecânica divertida dele cria inúmeras situações para os jogadores de qualquer nível competitivo brilharem. A arte — um Elekk aplicado pegando livros com a tromba — conta uma história perfeita, acerta no humor clássico de Hearthstone e reflete perfeitamente o espírito da mecânica.

Alec: O Erudito Pulquério é para os jogadores que gostam de combos. Quando ele é jogado, a pegada da partida muda, porque o seu oponente vai fazer de tudo para te matar antes de você juntar as peças do seu combo. Eu adoro essa tensão. É muito divertido jogar com ele.

Steve: Eu sempre gostei dos cards mais espalhafatosos de Hearthstone, por isso o que eu mais quero ver é o Reitor Kel’Thuzad. Adoro a ideia de jogar um feitiço poderoso, devastador, e ter meus lacaios de volta. Sendo um Sortilégio e só acontecendo uma vez, é preciso pensar bem em como usar para não desperdiçar.

Colton: Meu card favorito desta expansão é o Reitor Kel’Thuzad. Ele tem uma interação especial com o gato dele, o Sr. Bigglesworth, que me faz lembrar dos tempos jogando World of Warcraft com meus amigos.

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